Visita à exposição Elas no Museu do Homem do Nordeste
- 8 edição pibic
- 20 de fev
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No dia 19 de fevereiro de 2025, nós, bolsistas do PIBIC-EM, acompanhados pelas orientadoras Viviane, Juceli, Zarah e pela equipe do multiHlab, realizamos uma visita à exposição "Elas: Onde estão as mulheres nos acervos da Fundaj?”, em cartaz no Museu do Homem do Nordeste, localizado na Avenida Dezessete de Agosto, em Casa Forte, Recife.
A exposição reúne mais de 400 itens, como publicações, rótulos comerciais, obras de arte, discos e fotografias. Esses itens compõem cinco módulos que abordam temas como a imagem corporal feminina, as definições impostas às mulheres, a presença feminina na história do país e o apagamento histórico sofrido por esse grupo.

Durante a visita, aprendemos que, ao longo da história, diversos padrões e normas de comportamento foram impostos às mulheres, sustentados por discursos religiosos, jurídicos e médicos. Também nos chamou atenção a presença de registros artísticos que denunciam a tradicional dominação do homem branco cisgênero sobre os corpos femininos e ameríndios, especialmente no contexto da colonização portuguesa.

Outro ponto que nos provocou reflexão foi a discussão sobre o consumo de pornografia no Brasil, tratado como um elemento que contribui para a perpetuação de estereótipos sobre o corpo feminino. Ficou evidente que essa dominação não se dá apenas de forma explícita, mas também de maneira sutil e simbólica. Um exemplo disso foram os “anuários para senhoras”, muito comuns nas bancas de jornais e revistas durante o século XX. Voltados ao público feminino, esses materiais naturalizavam funções de gênero, associando a mulher exclusivamente ao papel doméstico. Com ampla divulgação, acabavam por reforçar no imaginário social a ideia de que o espaço do lar era o lugar “natural” da mulher.

A visita foi enriquecedora e nos permitiu pensar criticamente sobre como as mulheres têm sido representadas – ou silenciadas – nos acervos e na história oficial. Saímos do museu não apenas com mais conhecimentos, mas também com a responsabilidade de repensar o papel das instituições culturais na valorização da memória feminina.
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