
Pesquisa
A pesquisa espelho.socio busca compreender a relação das juventudes com a imagem corporal, analisando os impactos das mídias digitais e identificando os principais agentes que influenciam essa relação. A proposta busca compreender de que forma adolescentes constroem e vivenciam sua autoimagem em um contexto atravessado por redes sociais, padrões estéticos e interações sociais.
Até o momento, foi realizada a primeira etapa da pesquisa, que consistiu na elaboração e aplicação de um questionário com estudantes do ensino médio, e a etapa de análise quantitativa dos dados coletados. A próxima fases será a organização de grupos focais, que permitirão aprofundar as reflexões a partir da escuta dos próprios jovens.
Questionário
Os dias 28, 29 e 30 de abril de 2025 foram dedicados a coleta de dados no nosso campo de pesquisa. Em um universo de 272 estudantes matriculados na EREM Prof. Cândido Duarte, alcançamos 198 questionários respondidos, o que nos dá 73% de participação.
Para aplicação dos questionários, produzidos na plataforma Google Forms, utilizamos o laboratório de informática da escola, organizando um horário para cada turma, divididos em grupos de 10 a 13 por vez, número de máquinas disponíveis. Em cada horário, esteve presente uma dupla de bolsistas, que tinha o papel de apresentar a pesquisa, esclarecer dúvidas dos participantes e convidar os estudantes para participarem da segunda fase, que prevê a realização de grupo focal. As duplas também foram acompanhadas por orientadores e equipe de apoio da Fundaj, funcionando bem o revezamento das equipes.
Foi interessante perceber como os colegas da escola reagiam às perguntas trazidas pelo questionário. Mesmo sendo de resposta individual, percebemos a necessidade de comentarem sobre o tema, trazendo observações sobre o que consideram como um "corpo ideal" e o que os levaria a se considerarem bonitos ou bonitas. Já questões que antes consideramos que poderiam provocar questionamentos, como identificação de gênero e raça, foram respondidas com facilidade pelos participantes.
Ao final, tivemos 93 inscritos interessados em participar da segunda fase da pesquisa, o que exigirá pensarmos em uma metodologia para composição dos grupos.
Clique no ícone ao lado e confira o questionário elaborado e aplicado pela equipe:





Análise dos dados
Entre os dias 7 de maio e 4 de junho de 2025, a equipe do PIBIC-EM se reuniu em três momentos para iniciar a análise dos dados coletados. No primeiro encontro, realizado presencialmente, foi dado início à leitura dos resultados, com reflexões iniciais sobre a experiência de aplicação e os desafios enfrentados pelos estudantes ao responderem com base em suas vivências.​
No segundo encontro, realizado remotamente no dia 14 de maio, a orientadora Darcilene Gomes conduziu a organização do banco de dados no software SPSS e discutiu a importância de cruzar as informações com marcadores sociais como raça, gênero, sexualidade e classe. A equipe também observou que muitos estudantes não souberam informar a escolaridade e ocupação de seus responsáveis, o que chamou atenção.​
No encontro realizado em 4 de junho, o grupo aprofundou a análise sobre imagem corporal. Os bolsistas relataram contradições entre o comportamento dos estudantes e as respostas ao questionário, gerando reflexões sobre a influência de fatores externos e a formulação das perguntas. Um exemplo marcante foi a discussão sobre o uso da palavra “normal” em uma pergunta da pesquisa PeNSE, que levantou críticas sobre padrões estéticos impostos.​
As análises superaram as expectativas iniciais, revelando dados ricos e complexos. As reflexões geradas ao longo dos encontros apontam caminhos importantes para a próxima etapa da pesquisa: os grupos focais, que permitirão aprofundar os sentidos por trás das respostas e ampliar o olhar sobre as realidades vividas pelos jovens.
Clique no ícone ao lado e confira a apresentação do banco de dados da pesquisa
Grupo focal
Entre junho e agosto de 2025, o grupo PIBIC-EM se dedicou à preparação e realização dos grupos focais, técnica de pesquisa qualitativa que reúne pequenos grupos para conversar sobre um tema específico. O objetivo foi aprofundar o debate sobre a beleza, a autoimagem e a pressão estética, ouvindo diferentes percepções e experiências dos jovens.
O processo começou com encontros de estudo e prática, que contaram com a contribuição do professor Alexandre Zarias e dos orientadores. A equipe testou dinâmicas, que ajudaram a pensar estratégias de escuta ativa, acolhimento e estímulo à reflexão. Também foram definidos os papéis de mediadores, relatores e observadores, além da composição dos grupos de participantes.
Em julho, as reuniões serviram para alinhar detalhes finais: sorteio dos estudantes, estratégias de contato e ajustes logísticos. O planejamento cuidadoso reforçou o compromisso com uma condução ética e respeitosa, garantindo que os jovens tivessem espaço para compartilhar suas vivências de forma segura.
O ponto alto aconteceu em 06 de agosto, na Fundação Joaquim Nabuco, onde os grupos focais foram realizados. Enquanto os orientadores conduziam as conversas, os bolsistas observavam atentamente falas, expressões e gestos, registrando informações valiosas para a análise. Essa etapa marcou um avanço significativo na pesquisa, trazendo à tona vozes e sentimentos que ajudam a compreender de forma mais sensível o impacto dos padrões de beleza na vida dos jovens.