O mito da beleza em debate
- 8 edição pibic
- 3 de jun.
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No encontro do dia 28 de maio de 2025, participamos de uma discussão bastante enriquecedora a partir da apresentação de trechos do livro O mito da beleza, escrito por Naomi Wolf e publicado em 1990. Thuanny Nascimento, secretária da Iniciação Científica da Fundaj e licencianda em Ciências Sociais na UFPE ,conduziu o momento trazendo pontos da obra que dialogam diretamente com o tema da nossa pesquisa, especialmente no que diz respeito à construção da autoimagem e aos ideais estéticos impostos pela sociedade.
Durante a apresentação, Thuanny explicou que, segundo Naomi Wolf, o "mito da beleza" é um padrão estético inatingível — geralmente associado à imagem de uma pessoa branca, magra, jovem e heteronormativa — que é reforçado pela mídia e por estruturas sociais dominantes. Esse padrão, muitas vezes visto como natural, é na verdade uma construção social que impacta profundamente a forma como as pessoas se percebem. Para tornar o debate mais próximo da realidade dos bolsistas, Thuanny lançou uma pergunta provocativa: "Vocês se comparam com esse ideal? E como isso se reflete no uso de filtros e edições nas selfies que postam?"

O questionamento abriu espaço para uma conversa sincera entre os bolsistas, que compartilharam suas vivências e percepções sobre autoestima, redes sociais e os desafios de se aceitar em meio a tantas comparações. Além disso, foi introduzido o conceito de violência simbólica, da sociologia, que descreve formas sutis de dominação por meio da imposição de normas e valores — como os padrões de beleza — que acabam sendo vistos como naturais, mesmo quando são excludentes. Naomi Wolf aponta que essa forma de violência pode aparecer em práticas como o bullying, mas também em cobranças e julgamentos silenciosos sobre o corpo alheio.

Outros temas importantes surgiram durante o encontro, como transtornos alimentares, dietas extremas e a obsessão pela magreza, frequentemente incentivada por influenciadores digitais. Thuanny também citou uma matéria recente publicada pelo portal UOL, que alerta sobre o impacto negativo da glorificação da magreza nas redes sociais e a propagação de informações nutricionais sem embasamento. Ao final do debate, ficou evidente como esse tipo de discussão é fundamental para refletirmos sobre as pressões que afetam nossa relação com o próprio corpo e como tudo isso se relaciona com a construção do nosso questionário e com a análise crítica da realidade.




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