Análise dos dados quantitativos
- 8 edição pibic
- 5 de jun.
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No dia 7 de maio de 2025, nos reunimos na sala Gilberto Osório para dar início a uma etapa fundamental da nossa pesquisa: a análise das respostas do questionário aplicado na Escola de Referência em Ensino Médio Professor Cândido Duarte. A aplicação do questionário foi realizada entre os dias 28 e 30 de abril, com a participação ativa de todos os bolsistas e acompanhamento dos orientadores. Essa reunião marcou o início da análise dos dados coletados e trouxe diversas reflexões para os próximos passos da investigação.
O questionário contou com um total de 198 estudantes participantes. Durante o encontro, começamos analisando os gráficos gerados pelo próprio ambiente Google Forms, ao mesmo tempo em que trocamos experiências sobre a aplicação na escola. Muitos bolsistas relataram que alguns alunos demonstraram dificuldades em responder com base em suas próprias vivências, o que reforçou a importância de pensar cuidadosamente na linguagem das perguntas e na forma como os temas são apresentados.

Voltamos a nos reunir no dia 14 de maio, desta vez de forma remota, pelo Google Meet. A orientadora Darcilene Gomes conduziu a reunião, explicando as decisões necessárias para organização do banco de dados para análise com uso do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Um dos pontos mais discutidos foi a organização das respostas com base em marcadores sociais, como raça, gênero, sexualidade e classe social. A proposta de cruzar essas variáveis serviu para compreender com mais profundidade as diferentes realidades dos alunos que responderam ao questionário. Esse olhar interseccional tornou-se essencial para garantir que a pesquisa represente a diversidade do ambiente escolar. Neste encontro, analisamos o perfil dos respondentes, chamando a atenção o percentual de jovens que não souberam informar o nível de escolaridade e a profissão de seus pais e mães.
Para avançarmos na análise, tivemos um novo encontro em 4 de junho, desta vez voltada para a análise dos dados sobre imagem corporal. Algo interessante foi o momento em que os bolsistas que participaram da aplicação compartilharam observações sobre o comportamento dos alunos no momento de responder ao questionário. Um ponto que chamou atenção foi a contradição entre algumas respostas e a postura dos estudantes, o que abriu espaço para reflexões sobre a sinceridade, o entendimento e a influência de fatores externos durante o preenchimento.
Um exemplo disso foi a discussão em torno de uma pergunta retirada da pesquisa PeNSE (do IBGE), que perguntava: “Em relação ao seu corpo, você se considera: a) Gordo(a), b) Magro(a), c) Muito magro(a), d) Normal”. A palavra “normal” provocou um intenso debate entre os bolsistas sobre o que essa categoria realmente significa. A pergunta foi criticada por parecer reforçar padrões e excluir subjetividades importantes. Os bolsistas também ficaram surpresos, pois a partir das respostas, não ficou tão evidente como esperavam, a influência direta das mídias e redes sociais na percepção que os jovens têm do próprio corpo. Esses momentos de debate foram importantes para refletirmos criticamente sobre os instrumentos que usamos e como eles afetam quem os responde.

A riqueza dos dados superou as expectativas da equipe, gerando inquietações, reflexões sobre as diferentes realidades dos jovens, e provocações que poderão ser aprofundadas em nossos grupos focais.
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